sábado, 23 de maio de 2009

Zé Minínu.

Fundador de 3 escolas de samba, parceiro de Cartola, um dos maiores nomes da história do samba, Elton Medeiros assim escreveu em dezembro de 1975, no Rio de Janeiro:

"De Irará para Salvador, e daí, Rio de Janeiro, São Paulo, etc., etc., enfim, o menino Tom Zé, quando percebeu, estava entregue às andanças a que são levados os artistas para dar seus recados. E por aí foi indo o Tom Zé: levado dentro de si uma enorme carga musical assimilada das festas religiosas e das serestas que participou em sua terra natal, passando pelo que viu e ouviu nas andanças e devolvendo tudo isso de maneira nova e criadora nas suas composições, após as suas mexeções com todo esse tipo de coisas nossas jogadas dentro de uma pipeta de graduação sonora e de acordo com os conhecimentos que adquiriu no Conservatório de Música da Universidade Federal da Bahia.E por aí foi indo o Tom Zé: poesia, som , som-poesia, tropicália, Salvador, Castro Alves, Vila Velha, mil aplausos, esbarro com ele, alô, olá, estamos aí, 1966. Rio de Janeiro, São Paulo, festival, festival, Tom Zé ganha alguns, vitória, vitória, mas até hoje não lhe fizeram entrega de um dos mais badalados prêmios que tinha direito. Faz muchocho, quando se lembra, mas não para muito prá pensar nesses calotes porque há muito onde jogar o seu talento e ele não gosta de perder tempo.Por isso, sem perda de tempo, pensou e realizou este disco, onde procurou reunir uma variedade de tipos e de formas rurais e urbanos do samba, dando a cada música a vestimenta que achou mais adequada.E por aí vai indo o Tom Zé: certo do seu trabalho certo, mas não muito certo de sua aceitação. A ponto de num desabafo - a meu ver, precipitado - ter-me dito que se este LP não circulasse, teria que abandonar o lado de pesquisa de seu trabalho.O que é isso, amigo? Se esta procurando um pretexto prá tirar uma licença. pode estar certo de que não vai ser desta vez, pois vai ter que trabalhar dobrado. Só espero que não me prive da oportunidade de novamente ser seu parceiro, pois estou aí para trabalharmos juntos, seja em Irará, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, em etc., ou em etc... Gostei da experiência."

Tom Zé - Estudando o Samba (1976)


Tráques:

1- Mã 3:56
2 - A Felicidade 3:18
3 -Toc 2:59
4 -Tô 2:50
5 - Vai (Menina Amanhã de Manhã) 2:19
6 - Ui! (Você Inventa) 3:02
7 - Dói 3:33
8 - Mãe (Mãe Solteira) 3:43
9 - Hein? 3:42
10 - Só (Solidão) 4:27
11 - Se 2:30
12 Índice 1:26

Dá um lôdi aqui, véi.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Bossa-te já.

Gravado no Teatro Paramount de Sao Paulo em 1965, "5 na Bossa" é um disco absolutamente essencial pra entender porque todos deveríamos ter nascido na década de 40 pra ter 20 anos na década de 60. Nara Leão, Edu Lobo e Tamba Trio juntos e ao vivo é muuuuuuuuito casca grossa...


Nara Leão, Edu Lobo e Tamba Trio - 5 na Bossa (1965).



Tráques:

01 - Carcará (João do Vale / José Cândido) - NARA LEAO
02 - Reza (Edu Lobo / Ruy Guerra) - EDU LOBO
03 - O Trem Atrasou (Vilarinho / Estanislau Silva / Paquito) - NARA LEAO
04 - Zambi (Edu Lobo / Vinicius de Moraes) - EDU LOBO
05 - Consolação (Baden Powell / Vinicius de Moraes) - TAMBA TRIO
06 - Aleluia (Edu Lobo / Ruy Guerra) - NARA LEAO / EDU LOBO
07 - Cicatriz (Zé Keti / Hermínio Bello de Carvalho) - NARA LEAO
08 - Estatuinha (Edu Lobo / Gianfrancesco Guarnieri) - EDU LOBO
09 - Minha História (João do Vale / Raimundo Evangelista) - NARA LEAO
10 - O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) - TAMBA TRIO

Dá um lôdi aqui, véi.

Aracy de Almeida lá, lálálá lálá...

Lamentavelmente, muitos conhecem Aracy de Almeida somente como aquela jurada comédia do programa do Chacrinha e do Show de Calouros do Silvio Santos que estava sempre de mau humor e dispensava implacavelmente os maus cantores.

Pois saiba você, amigo, que essa mulher era considerada por ninguém menos que Noel Rosa como a melhor intérprete de suas composições. Começou cantando em igrejas do subúrbio do Rio até ser levada para o rádio por intermédio de Custódio Mesquita, que a ouviu cantar em 1933. Logo fez fama como intérprete de sambas nas rádios Philips, Mayrink Veiga, Ipanema e Tupi, e fez história com gravações antológicas de "Palpite Infeliz" (N. Rosa), "Tenha Pena de Mim" (C. Sousa/ Babaú), "Fez Bobagem (Assis Valente), "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "Feitiço da Vila" (N. Rosa/ Vadico). Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951 gravou dois álbuns dedicados a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila. Tinha uma personalidade franca e boêmia, falava sempre o que queria, e sua maneira de cantar foi determinante para definir os rumos do samba cantado por voz feminina.

O disco abaixo é um registro histórico e essencial de um de seus melhores momentos ao vivo, ao lado de Ismael Silva e MPB-4, no Show "Samba Pede Passagem", de 1966, no Teatro de Arena do Rio de Janeiro.

Aracy de Almeida e Ismael Silva - Show Samba Pede Passagem (1966)


Tráques:

1) Polêmica Wilson Batista vs. Noel Rosa
2) Pot-Pourri Ismael Silva
3) Três Apitos
4) Fita Amarela
5) Sonho de Carnaval
6) Urubu Malandro
7) Samba do Povo
8) Homenagem à Velha Guarda
9) Brincadeira de Angola
10) Arquitetura de Pobre
11) Missão
12) De Babado

Dá um lôdi aqui, véi.

sábado, 9 de maio de 2009

Roberta queima.

Mãe da clássica "Killing Me Softly with His Song" (não Mané, não é dos Fuggees...), com a qual ganhou seu segundo Grammy seguido em 1974, Roberta Flack é uma das grandes divas do soul-gospel norteamericano. Descoberta pelo grande público depois de Clint Eastwood escolher uma de suas músicas para a trilha sonora do filme "Play Misty for Me", gravou "Quiet Fire" em 1971 pela Atlantic Records, um de seus melhores discos antes de começar uma parcería histórica com outra lenda do soul, Donny Hathaway.

Roberta Flack - Quiet Fire


Tráques:

1. Go Up Moses
2. Bridge Over Troubled Water
3. Sunday and Sister Jones
4. See You Then
5. Will You Still Love Me Tomorrow
6. To Love Somebody
7. Let Them Talk
8. Sweet Bitter Love


Dá um lôdi aqui, véi.

O Diabo é azul.

“Para aprender a tocar tudo o que quiser e a compor sua própria música, você deve levar sua guitarra a um cruzamento pouco antes da meia-noite numa noite de verão e começar a tocar algo de sua autoria. Um homem grande e negro irá até você, pegará sua guitarra, tocará sua música e te devolverá a guitarra".
Foi seguindo essa "receita" que Robert Johnson, talvez o maior nome da história do Blues, aprendeu a tocar.
Se quiser saber a história completa dessa lenda da música "abençoada" pelo Demo, visite o blog do Tato no línque "Blues Valenciano" aqui do lado. Se só quiser ouvir as 29 músicas que ele deixou, clíca aí em baixo.

Robert Johnson - King of The Delta Blues Singers


Tráques:

CD1

01 - When You Got A Good Friend
02 - Stop Breakin' Down Blues
03 - Come on in My Kitchen
04 - I Believe I'll Dust My Broom
05 - Phonograph Blues
06 - Little Queen Of Spades
07 - I'm A Steady Rollin' Man
08 - Love In Vain
09 - Dead Shrimp blues
10 - From Four 'Til Late
11 - Malted Milk
12 - Honeymoon Blues
13 - Little Queen Of Spades

CD2

01 - Preaching Blues
02 - Walking Blues
03 - 32-20 Blues
04 - Crossroad Blues
05 - Come on in My Kitchen
06 - Last Fair Deal Gone Down
07 - Kindhearted Woman Blues
08 - If I Had Possesion Over Judgment Day
09 - When You Got A Good Friend
10 - Terraplane Blues
11 - Me And The Devil Blues
12 - Rambling On My Mind
13 - Stones In My Passway
14 - Milkcow Calf Blues
15 - Hellhound My Trail
16 - Traveling Riverside Blues


Dá um lôdi aqui, véi.

Esse é o bicho.

Surrupiado descaradamente do blog genial "Original Pinheiros Style", eis aqui um disco inacreditável. Caetano Veloso e os mestres do funk soul carioca Banda Black Rio, ao vivo em 1978. Baixe na certeza, Bicho!

Caetano Veloso e Banda Black Rio - Bicho Baile Show


Tráques:

Intro/Odara
Odara
Tigresa
London, London
Na Baixa do Sapateiro
Leblon Via Vaz Lobo
Maria Fumaça
Two Naira Fifty Kobo
Gente
Alegria, Alegria
Baião
Caminho Da Roça
Qualquer Coisa
Chuva, Suor E Cerveja

Dá um lôdi aqui, véi.

Vai ver se eu tô na esquina.

O Clube da esquina surgiu da grande amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), na Belo Horizonte dos anos 1960, depois que Milton chegou à capital para estudar e trabalhar. Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento, pondo o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira e ao ter uma de suas composições, "Canção do sal", gravada pela então novata Elis Regina.

Mais tarde, novos integrantes se juntaram: Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes e o letrista Fernando Brant. O nome do grupo foi idéia de Márcio que ao ouvir a mãe perguntar dos filhos, ouvia a mesma resposta: "Estão lá na esquina, cantando e tocando violão." Em 1972 a EMI gravou o primeiro LP, Clube da Esquina.


Milton Nascimento & Lô Borges: Clube da Esquina (1972)


Tráques:

  1. Tudo Que Você Podia Ser
  2. Cais
  3. O Trem Azul (The Blue Train)
  4. Saídas E Bandeiras No. 1
  5. Nuvem Cigana (Gipsy Cloud)
  6. Cravo É Canela
  7. Dos Cruces
  8. Um Girassol da Cor de Seu Cabelo
  9. San Vicente
  10. Estrelas
  11. Clube da Esquina, No. 2
  12. Paisagem da Janela
  13. Me Deixa Em Paz
  14. Os Povos
  15. Saídas E Bandeiras No. 2
  16. Um Gosto de Sol
  17. Pelo Amor de Deus
  18. Lilia
  19. Trem de Doido
  20. Nada Será Como Antes
  21. Ao Que Vai Nascer

Dá un lôdi aqui, véi.

"We want CHUCK!".

Lanchester Arts Festival, Coventry, Inglaterra, 1972. Enquanto os organizadores do festival tentavam inutilmente retirar a platéia do recinto pra preparar o próximo show (nada mais nada menos do que Pink Floyd), ouviam um ensurdecedor "We want CHUCK! We want CHUCK!".
Três das músicas tocadas pelo tal do Chuck nesse show* estão aqui, ó:

*as 3 últimas.

Chuck Berry - The London Chuck Berry Sessions.



Tráques:

1. Let's Boogie
2. Mean Old World
3. I Will Not Let You Go
4. London Berry Blues
5. I Love You
6. Reelin' & Rockin'
7. My Ding-A-Ling
8. Johnny B. Goode


Dá um lôdi aqui, véi.

Dois é bão, quatro é muito foda.

Existem certas parcerias na história do jazz que fazem com que a gente inexplicavelmente levante as mão aos céus e diga bem alto "PUTAQUEOPARÍÍÍÍÍÍU!!!!!!". Ella & Louis, Bird & Diz, Satch & Peterson, Miles & Qualquer Um. Agora essa aqui abaixo é a minha preferida, até porque conseguiu juntar duas delas: Monk & Coltrane com Blakey & Hawkings.
Baixe, escute, levante as mãos e grite comigo.

Thelonious Monk With John Coltrane, 1957




Tráques:


1. Ruby, My Dear
2. Trinkle Tinkle
3. Off Minor
4. Nutty
5. Epistrophy
6. Functional

Cráques:
Thelonious Monk - piano

John Coltrane - tenor saxophone

Gigi Gryce - alto saxophone
Coleman Hawkins - tenor saxophone
Ray Copeland - trumpet

Wilbur Ware - bass

Shadow Wilson - drums

Art Blakey - drums


Dá um lôdi aqui, véi.

Ao vivo ainda por cima.

Gravado em 1985 no festival "The Air Lift Benefit", em São Francisco, este disco registra um momento histórico da guitarra: uma lenda viva do Blues tocando ao vivo com uma lenda viva do rock.

Vai, chora.

John Lee Hooker & Carlos Santana - Air Lift Benefit



Tráques:

01 - Shake Your Money Maker
02 - I Don't Know
03 - Jlh Intro - One Monday Morning
04 - I Don't Know
05 - Boom,boom
06 - Serve Me Right To Suffer
07 - High Heeled Sneekers
08 - Boogie Chillin'
09 - Jam


Dá um lôdi aqui, véi.

Punkada véia.

Motor City Five (ou simplesmente MC5), banda do gênio Fred "Sonic" Smith - um dos grandes guitarristas da história e marido da poeta do Punk Paty Smith - gravou em 1968 um dos álbuns que despertou a atenção deste que vos escreve ao punk rock das antigas, distorcido, sujo, porém genial. "Kick Out The Jams", gravado ao vivo no Ballroom de Detroit, é disco pra ouvir com os cotovelos levantados, mesmo que sozinho na sala de casa.

MC5 - Kick Out the Jams


Tráques:

  1. Ramblin’ Rose
  2. Kick Out the Jams
  3. Come Together
  4. Rocket Reducer No. 62 (Rama Lama Fa Fa Fa)
  5. Borderline
  6. Motor City Is Burning
  7. I Want You Right Now
  8. Starship
Dá um lôdi aqui, véi.

Que a lei seja feita.

Tem discos para os quais deveria existir uma lei no Brasil que obrigasse toda e qualquer pessoa nascida em terras tupiniquins a escutá-los uma vez na vida. Esse é um deles.

Baden Powell, Márcia e Os Originais do Samba - Show Recital (1968)



Tráques:

01 - Vento Vadio (Baden Powell)
02 - Marcha Escocesa (Baden Powell)
03 - Carinhoso (Pixinguinha / João de Barro)
04 - Valsa de Eurídice (Vinicius de Moraes)
05 - Berimbau (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
06 - Canto do Caboclo Pedra Preta (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
07 - Só Por Amor (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
08 - Apelo (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
09 - Samba da Bênção (Baden Powell / Vinicius de Moraes)



Dá um lôdi aqui, véi.

Creuza, Toco e Vininha.

Baiana cuja voz causa sensação semelhante a comer um fondue de chocolate, muito bem acompanhado, na frente da lareira de uma casa de montanha numa noite fria de chuva, Maria Creuza foi convidada por Vinicius de Moraes em 1970 para participar de uma excursão pelo Uruguai (em Punta del Este, com Dorival Caymmi) e Argentina (em Mar del Plata, com Toquinho), gravando o álbum "Vinícius En La Fusa com Maria Creuza e Toquinho", sem a menor dúvida um dos melhores discos gravados ao vivo da música brasileira.

Dois anos depois, mais um clássico gravado com a mesma dupla com direito a outra turnê, agora pela França e Itália: "Eu sei que vou te amar", que incluia ainda "Se Todos Fossem Iguais A Você" e "Que Maravilha" (de Toquinho e Jorge Ben), entre outras.


Maria Creuza com Toquinho & Vinícius - Eu Sei Que Vou Te Amar (1972)



Tráques:

01 - Catendê (Antônio Carlos Marques / Jocafi / I. Tavares) with Toquinho e Vinicius
02 - Se Todos Fossem Iguais a Você (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) with Toquinho e Vinicius
03 - A Felicidade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) with Toquinho e Vinicius
04 - Que Maravilha (Toquinho / Jorge Ben) with Toquinho e Vinicius
05 - Por Causa de Você (Tom Jobim / Dolores Duran)
06 - Saudade da Bahia (Dorival Caymmi)
07 - Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) with Vinicius de Moraes
08 - Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes) with Vinicius de Moraes
09 - Samba Em Prelúdio (Baden Powell / Vinicius de Moraes) with Toquinho e Vinicius
10 - Estrada do Sol (Tom Jobim / Dolores Duran)
11 - Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
12 - Irene (Caetano Veloso) with Toquinho e Vinicius



Dá um lôdi aqui, véi.

Enjoy Cooke.

The King of Soul, ao vivo e totalmente acelerado!

Sam Cooke - Live At The Harlem Square Club



Tráques:
  1. Feel It
  2. Chain Gang
  3. Cupid
  4. Medley: It’s All Right/For Sentimental Reasons
  5. Twistin’ the Night Away
  6. Somebody Have Mercy
  7. Bring It On Home to Me
  8. Nothing Can Change This Love
  9. Having a Party

Dá um lôdi aqui, véi.